sexta-feira, 10 de março de 2017

Semana da Mulher - Katherine Mansfield



Conheci Katherine Mansfield também na faculdade – como muitas autoras que amo hoje em dia -, com seu conto “A casa de boneca”. Foi apenas um conto, mas foi o suficiente para poder prender minha atenção e me fazer ter vontade de procurar por mais.


Katherine nasceu na Nova Zelândia, em 1888, em uma família abastada. Passou um tempo na Inglaterra, por causa do trabalho do pai, e lá estudou na Queen’s College; também lá conheceu uma grande amiga, Ida Baker. Infelizmente, teve que voltar para a Nova Zelândia, onde começou a escrever histórias. Voltou, mais tarde, para Londres sozinha.

E aí que as coisas ficam interessantes em sua vida. Não é muito difícil ler sobre a vida de algumas autoras e descobrir que não só suas personagens são incríveis. Katherine tinha um estilo de vida boêmio, pouco convencional. Engravidou, casou-se e deixou o homem no mesmo dia, e foi mandada para a Alemanha para ter a criança. Sofreu um aborto, escreveu as suas primeiras histórias que foram publicadas, e voltou para Inglaterra.

Uma vida um tanto agitada, se pararmos para pensar como as coisas funcionavam naquela época. Katherine inclusive chegou a ser amiga e rival de Virginia Woolf - ambas participavam do mesmo grupo de artistas. Com toda essa experiência, não é de se surpreender que suas personagens sejam mulheres que tem um estilo parecido com o seu; mulheres que pensam por si próprias, que são artistas, mães, esposas, mas, ao mesmo tempo, livres.

Com tudo isso, entendemos que Katherine foi uma artista a frente de seu tempo; era mulher, sabia que, por causa disso, muitas coisas eram esperadas de si. No entanto, Katherine sempre se manteve fiel a suas convicções e ideais.

Como ela mesmo diz, “Eu quero ser tudo que sou capaz de me tornar.” E foi. 


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